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Diciembre 2020 nº 38
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AL SERVICIO DE LA PAZ Y LA CULTURA HISPANO LUSA
COLABORACIONES: Eugenio de Sá.-Albertino Galvão .-Celso Henrique Fermino.-José Ernesto Ferraresso.-Sávio Roberto Moreira Gomes.- Daniela Storti.-Carolina Ramos (Brasil)
ESTE ANO NÃO HAVERÁ NATAL? Eugenio de Sá Portugal-
– Claro que sim, afirma o padre Javier Leoz, pároco de São Lourenço em Pamplona, Espanha. E acrescenta:
“Sem as ruas a transbordar, mas com o coração aquecido pel’O que está para chegar. Sem barulhos nem ruídos, propagandas ou foguetes…
mas vivendo o Mistério sem medo do “covid-herodes” que pretende
tirar-nos até o sonho de esperar. Haverá Natal porque Deus está do nosso lado e partilha, como Cristo no presépio, a nossa pobreza, a provação, o pranto, a angústia e a orfandade. Haverá Natal porque necessitamos de uma luz divina no meio de tanta escuridão. A Covid-19 nunca poderá chegar ao coração nem à alma dos que no céu põe sua esperança e o seu alto ideal”.
A minha visão do que vai acontecer
O Natal é por tradição uma época muito especial. Há nesta época como que um doce encantamento, que se projecta numa maior intensidade de sentimentos a que ninguém fica indiferente, mesmo os que não cultuam a religião católica. O ambiente festivo nas ruas – este ano um tanto tímido e mais artificial – o calor humano das gentes, que recrudesce e se manifesta através de múltiplas acções de solidariedade, acentuam e propiciam que assim seja.
Este ano, a pandemia que se alastrou a todo o hemisfério, semeando a morte e a doença pelos quatro cantos do mundo, e que ainda levará algum tempo a dominar, ameaça ensombrar o Natal. É uma realidade a que não podemos furtar-nos, nem a podemos pintar com as cores da fantasia, porque nem para isso há vontade, tanto é o desgaste e o cansaço da sociedade, fruto das circunstâncias. Entretanto têm sido adoptadas duras medidas a que foram forçados os governos, que restringiram liberdades de toda a espécie e, aos poucos, foram condenando ao desemprego e à ruína largas franjas das populações. Mas esse resultado era inevitável, uma vez atingida a economia em todos os seus vectores, e por tão largo período que ainda não se sabe quando terá fim.
O Natal em casa…
Há quem viva sozinho e até se habituou e conformou com o facto, mas no Natal costuma correr para junto dos seus. Atendendo ao estado das coisas, é bem possível que este ano muitos cidadãos fiquem privados de poder cumprir esse salutar preceito. E perguntamo-nos; como será uma consoada sem a união da família e sem poder cultuar as velhas tradições? – Estranho e triste tempo este que vivemos, em que até os sorrisos são invisíveis porque desaparecem debaixo das máscaras.
E é por isto que o Natal deste ano se, para uns, é um tempo de amor e de esperança, para outros será vivido com amargura, tristeza e preocupação, já que a muitas mesas haverão lugares vazios que não mais voltarão a ser preenchidos e o futuro se mostra incerto para muitos dos que ficaram.
Alea jacta est (A sorte está lançada)
A sociedade está a pagar um alto preço pela pandemia, que a todos surpreendeu e castigou, mormente em preciosas vidas. Mas parece que estão agora à vista as desejadas vacinas que estarão prestes a ser distribuídas por todos os países do mundo, diz-se. E, se assim for, poderemos estar perante o verdadeiro milagre deste Natal, já que foi possível consegui-las nuns escassos oito meses, em vez dos cinco a sete anos, prazo normal para que este tipo de medicamentos imunizadores, possam ser estudados, testados e produzidos em larga escala.
O NATAL!
Por: Albertino Galvão
Falar do NATAL, até seria fácil se me limitasse às frases feitas, ou me desse ao trabalho de enfeitar cada parágrafo com as luzinhas, estrelinhas e outros motivos com que normalmente se enfeitam ruas e montras, mas como gosto de tratar assuntos sérios com o realismo e seriedade que merecem, vou falar do NATAL à minha maneira.
O 25 de Dezembro, na realidade, começou por ser uma festa pagã! Dia em que os Gregos, na antiguidade, celebravam o solstício de inverno. Mais tarde, com o crescimento do cristianismo, essa data passou a ser associada e oficializada pelo Papa Júlio, (salvo erro no século IV), como a provável data de nascimento de JESUS. A partir daí, passou a ser uma crença fortemente enraizada
na nossa mente e adubada pela fé de todo o povo cristão. Na realidade, não é ponto assente que JESUS, O DEUS MENINO, tenha nascido, a 25 de Dezembro ou a 6 de Janeiro como também chegou a ser considerado.
O NATAL, tem gerado controvérsias de todo o tipo, algumas, diga-se, completamente ridículas e outras, a meu ver, com alguma razão de ser.
Em minha opinião, (que vale o que vale), a época natalícia, atualmente, deixou de ser verdadeiramente cristã! Um tempo de reflexão, de concórdia, de paz e amor. A festa da família, por excelência! A época natalícia passou, (que me desculpem os mais crentes), a ser cínica! Direi, até, que voltou a ser uma festa pagã mais ou menos disfarçada de cristã… na qual muitas famílias trocam
bens materiais em vez de afetos; e muita gente se ajoelha não por adoração a JESUS, mas sim pelos embrulhos enfeitados com laçarotes coloridos e empilhados à volta de um pinheirinho envolvido por bolinhas de várias cores, com estrelas mortas e luzinhas piscando, piscando, agradando à vista, mas sem dar calor!
Perdeu-se o simbolismo, perderam-se os valores e a verdadeira essência do natal… NATAL!
O grande poeta Ary dos Santos disse e com razão:
Natal é em Dezembro
mas em Maio pode ser
Natal é em Setembro
é quando um homem quiser
Façamos, pois, que NATAL seja hoje, amanhã, a cada dia que passe, trocando amor por amor em vez de bens materiais; trocando respeito, consideração e amizade em vez de mensagens bonitas, mas vazias de verdade; mostrando solidariedade sentida e desinteressada em vez da vulgar e promocional; praticando o bem sem exigir contrapartidas; sendo felizes fazendo outros felizes; e não nos limitando a pronunciar a palavra paz só da boca para fora, mas acreditando nela e fazendo acreditar ser possível alcançá-la!
Metáfora
Por: Celso Henrique Fermino
– Mãe, o que são aquelas luzinhas coloridas nos postes? Quermesse?
– Não, meu filho, é o Natal chegando.
– O que é Natal? É mais gostoso que quermesse que tem paçoca, pé-de-moleque… tanta coisa gostosa! Duro é esperar o padre até o sinal da cruz.
Paulina simulou surdez.
– Mãe, a senhora ainda não me respondeu. Mãe! Mãe!
– Deixa pra lá, isso não é para criança de pé no chão. Pôs-se a caminhar puxando a cria.
O moleque dera um pulo de susto ao ver a criatura de barba branca, roupa vermelha, gorro ídem como do saci e um saco enorme nas costas a chacoalhar sinetes em sua direção.
Ofereceu balas ao faminto, que engoliu quase com papel e tudo, conquistando simpatia.
– Qual é seu nome, bom menino?
– Cido… Aparecido.
– E o do senhor?
– Papai Noel?
– O que traz nesse saco? Roupa suja?
– São presentes aos bons meninos que não fazem malcriação e obedecem à mãe, eu mesmo entrego em suas casas na noite de Natal
Saltitante, moleque Cido vira-se para a mãe com cara de piedade. Mãe, sou um bom menino e obedeço a senhora, não é? Fala para ele, fala!
Um puxão no braço e passos apressados interrompem o importuno.
– Mas mãe, fala para ele, por favor…
Ainda deu tempo de se virar:
– Moro na Dorada, no meio da quiçaça, não esqueça meu presente, o senhor disse que sou bom menino.
– Vamos, está ficando tarde, a caminhada é longa.
E assim moleque Cido deixa para traz Natal e Papai Noel, restando a certeza do presente na dita noite.
– Mãe, como o Papai Noel irá encontrar a nossa casa?
– Já pedi para esquecer isso! Maldita hora que resolvi passar pelo centro! Pela última vez: isso não é para criança de pé no chão!
As palavras da mãe ecoavam como mantra na cabeça do pequeno, até que um dia, correndo do dono da roça de melancias, pisara em arame farpado e furara o pé.
A epifania age.
Moleque Cido acha no mato dois pedaços de borracha de pneu e faz um par de sandálias, amarra nas canelas finas com tiras de pano. Não era mais criança de pé no chão!
Dia de Natal. De esperar moleque Cido adormece com cara de sonhador e sandália no pé.
Acorda assustado!
– Mãe cadê o Papai Noel, já passou? Não deixou meu presente como prometera?
– Filho, a mãe já disse, isso não é para criança de pé no chão, esquece!
O menino implodiu-se, sentou-se na terra, olhou para seus pés… as sandálias…
Foi assim que moleque Cido entendeu o significado de metáfora.
Papai Noel Este Ano Com Uma Chegada Diferente
Por: José Ernesto Ferraresso
Serra Negra, Brasil
Está chegando uma data em que todos se preocupam com as compras e iguarias.
Enfeitar seus lares, lojas e nas repartições, um enfeite mais bonito que o outro para a visita diferente de Natal.
Nele chega junto um velhinho, fantasia infantil, que é relembrada
por todos em seus ninhos. Percorre as ruas da cidades os bairros
nestas andanças depara com uma realidade diferente.
Esse fenómeno acontece numa só época. O Natal para muitos é estado de espírito. para outros é festa de euforia e de tradição, porém neste instante estranha situação.
O velhinho sempre chega, para o pobre ou rico. Traz alegrias para uns e tristeza para outros.
Existem aqueles que possuem quantidades e qualidades variadas de iguarias, enquanto outros apenas a comida do dia a dia.
Essa festa é profana, de encontro e reunião. Traz para alguns satisfação e sucesso.
Não vamos contar como será relembrado neste instante de aflição.
Para outros agonia, desespero angústia e decepção, povo que clama e luta por um melhor momento de vida em cada nação.
Infelizmente, as crianças reconhecem que não terão desta vez um afeto, nem carinho e atenção assim como fez o Criador dizendo: «Deixai vir a mim as criancinhas pois delas será o Reino do Céus»; e ofereceu colo a todas elas, sem distinção de raça e cor.
Papai Noel para crianças é magia e inspiração. Para nós, puro comércio e exploração.
No entanto, não deixará de ser a figura esperada, para a enorme euforia para toda criançada.
Devemos propagar, lutar e dar mais Amor, Paciência ,Caridade, Doação e principalmente, Gratidão ao Pai assim que o Dia de Natal chegue e nos encante.
NESTE NATAL DE 2020, UM SINCERO ABRAÇO
Por: Sávio Roberto Moreira Gomes
Portugal
No abraço, o coração que falta ao lado direito do peito se completa com o da outra pessoa. É neste gesto tão significativo que é possível simbolizar os laços que nos ligam uns aos outros.
Seja no abraço de congratulações, no festejo de uma data, como no terno abraço gerado pela compreensão ou pela solidariedade.
Nada reconforta mais do que o abraço, na dor da perda de um ente querido.
Por outro lado, nada é mais triste do que um abraço negado. O abraço que não foi dado, e que muitas vezes fica ausente por toda uma vida. Nesse caso, quase sempre, se tornará um dia, arrependimento.
Coisa boa é esperar o momento de um abraço. Aquele abraço que às vezes viaja centenas de quilômetros para poder ser dado. É o abraço esperado. Melhor do que qualquer presente, aliás, é o verdadeiro presente.
Quando me refiro ao abraço, é sobre aquele que tem significado e significante. Trata-se do abraço revestido de laços emocionais, que tem uma história, um sentido e um elo afetivo, uma identidade.
Há pessoas “abraçáveis”, e algumas que parecem temer uma aproximação mais calorosa, e há aquelas que assumem uma posição defensiva, talvez por timidez.
Há abraços que são perfumados, apertados, demorados. Há abraços “recuados”, rápidos, ásperos.
Há o abraço com tapinha nas costas, há o “quebra costelas”, o “sem jeito”, o “grudento”, e o abraço “meramente social”.
Abraçar pode ser aprendido, treinado, ensaiado, mas só tem valor se o impulso parte de dentro para fora, ou melhor, lançado para “dentro do outro”.
Existe coisa mais sublime do que o abraço de uma criança? Elas abraçam assim porque ainda são anjos, ou porque quando nos abraçam, os anjos delas nos abraçam também.
Outro tipo comovente de abraço é aquele que nos é oferecido pelos nossos pais e avós. Estes são santificados, mas só vamos saber a extensão do seu exato valor quando os seus atores já tiverem partido, e como fazem falta.
Estamos em época festiva de final de ano. Muitas pessoas estão preocupadas com “presentes”, apegadas à mercantilização em que a data foi transformada.
Um abraço sincero é muito mais significativo do que qualquer presente, por mais bonita que seja a embalagem. Um abraço não pode ser embrulhado, nem mesmo na mais fina seda com fios de ouro.
Que renasça no seu coração o verdadeiro espírito do Natal. Que você se encha de ternura e Amor e saia abraçando as pessoas que ama, ainda que seja em pensamento, mesmo que seja virtual.
Se este é um Natal atípico, o é só na aparência, pois o Espírito de Natal e o que representa é o que vale a pena ser sentido. Que renasça a Fé, a Esperança, o Amor, a Solidariedade, a Paz, no coração de todos.
Feliz Natal.
Agradeço aos amigo que discorreram seus pensamentos emotivos
através deste grupo «Aristos Internacional».
Claro que não está fácil passarmos um natal radiante pelo mundo todo estar
passando momentos tristes com a pandemia que assola todos os países e com
isso nosso ânimo esmorece um pouco, desencanta em certos momentos tristes,
mas temos de ter muita Fé e Esperança que estamos esperando um momento,
vitorioso que está para chegar , portanto, vamos a luta e vamos acreditar. Deus é Pai
e vai aliviar deste bicho escrupuloso e invisível. Acreditemos!